Musa Velha By: Francisco Palha (1826-1890)
Musa Velha by Francisco Palha is a beautifully written novel that explores the themes of memory, nostalgia, and the passage of time. The protagonist, an elderly woman named Maria, looks back on her life with a mix of fondness and regret, reflecting on her past relationships and the choices she has made. Palha's writing is lyrical and evocative, capturing the sights, sounds, and emotions of Maria's world with vivid detail. The story is told in a non-linear fashion, moving back and forth in time as Maria's memories surface and recede. Overall, Musa Velha is a poignant meditation on love, loss, and the complexities of aging. Palha's rich prose and nuanced characterizations make this a compelling read that lingers in the mind long after the final page is turned. Highly recommended for readers who enjoy thoughtful, introspective fiction. First Page: MUSA VELHA Porto: 1883 Typ. de A. J. da Silva Teixeira 62, Rua da Cancella Velha, 62 FRANCISCO PALHA MUSA VELHA PORTO ERNESTO CHARDRON, EDITOR 1883 Virgem dos olhos negros, se em tua alma memoria inda conservas d'outro tempo, só tu entenderás porque este livro ousa ás trevas fugir, e o sol encara; mas como quem escreve e quem publica não perde tempo, nem dinheiro gasta para teus ocios entreter sómente, deixa me vêr se á força de assignantes, de venda avulsa, exemplares de mofo, ha mais no mundo quem me entenda e leia. DONA MORTE Deu na tonta de entrar na minha escada á Dona Morte um dia. A pobre anda estafada do continuo ceifar desde que ao nada por divinaes processos da alchimia a terra foi roubada. Da comprida queixola desdentada esta sentida nenia lhe saía: Senhor! forte estopada! Sem poisar a caveira o mundo corro. Em toda a parte estou. A toda a hora prostro alguem a meus pés, e geme, e chora por minha culpa alguem! Nenhuma aurora, de luz nenhuma o jorro, as orbitas vazias me alumia!... Nunca uma esp'rança! nunca uma alegria! Á dôr alheia pondo um suave termo só a minha o não tem!... Só eu não morro emquanto o mundo não tornar um ermo!... Continue reading book >>

Musa Velha By: Francisco Palha (1826-1890)

Musa Velha by Francisco Palha is a beautifully written novel that explores the themes of memory, nostalgia, and the passage of time. The protagonist, an elderly woman named Maria, looks back on her life with a mix of fondness and regret, reflecting on her past relationships and the choices she has made.

Palha's writing is lyrical and evocative, capturing the sights, sounds, and emotions of Maria's world with vivid detail. The story is told in a non-linear fashion, moving back and forth in time as Maria's memories surface and recede.

Overall, Musa Velha is a poignant meditation on love, loss, and the complexities of aging. Palha's rich prose and nuanced characterizations make this a compelling read that lingers in the mind long after the final page is turned. Highly recommended for readers who enjoy thoughtful, introspective fiction.

First Page:

MUSA VELHA

Porto: 1883 Typ. de A. J. da Silva Teixeira 62, Rua da Cancella Velha, 62

FRANCISCO PALHA

MUSA VELHA

PORTO

ERNESTO CHARDRON, EDITOR

1883

Virgem dos olhos negros, se em tua alma memoria inda conservas d'outro tempo, só tu entenderás porque este livro ousa ás trevas fugir, e o sol encara; mas como quem escreve e quem publica não perde tempo, nem dinheiro gasta para teus ocios entreter sómente, deixa me vêr se á força de assignantes, de venda avulsa, exemplares de mofo, ha mais no mundo quem me entenda e leia.

DONA MORTE

Deu na tonta de entrar na minha escada á Dona Morte um dia. A pobre anda estafada do continuo ceifar desde que ao nada por divinaes processos da alchimia a terra foi roubada.

Da comprida queixola desdentada esta sentida nenia lhe saía: Senhor! forte estopada! Sem poisar a caveira o mundo corro. Em toda a parte estou. A toda a hora prostro alguem a meus pés, e geme, e chora por minha culpa alguem! Nenhuma aurora, de luz nenhuma o jorro, as orbitas vazias me alumia!... Nunca uma esp'rança! nunca uma alegria! Á dôr alheia pondo um suave termo só a minha o não tem!... Só eu não morro emquanto o mundo não tornar um ermo!... Continue reading book >>

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